Este ano quero paz no meu coração.
Quem quiser ter um amigo,
que me dê a mão...
Este é um blog dedicado a paz e ao bem que devemos cultivar primeiro em nós e, depois, doar ao Universo. Postarei aqui mensagens edificantes e espero receber em troca mais mensagens de paz, amor e luz! Recebam todos o meu abraço fraterno e meu beijo de muito carinho! Jô Piantavinha
“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.
(Emmanuel)
Quando se fala em caridade, logo consultamos mentalmente os bolsos ou a conta bancária, para verificar se podemos dispor de algum valor em benefício dos financeiramente mais necessitados. Todavia, entre dar moedas para quem delas precise e dar-se em prol do semelhante, vai grande distância. Não negamos que a caridade material é muito importante para quem não possui o mínimo necessário. Entretanto, é importante que pratiquemos também caridade moral, que é a mais difícil, porém a mais meritória. Por caridade moral entende-se o perdão, a paciência, a tolerância, o tempo para ouvir um desabafo etc. Conforme ensinou Jesus, referindo-se ao óbolo da viúva, quando damos o que nos faz falta, ou o que nos é difícil praticar, será mais meritório, aos olhos de Deus, do que dar o que nos sobra ou perdoar a quem amamos. Assim, as mais belas doações que a Humanidade conhece foram realizadas de forma diversa da simples esmola. Gandhi, sem qualquer posse, deu-se à luta pela não violência, tornando-se um símbolo de paz e doando a vida em holocausto pelo ideal libertador que o abrasava. Irmã Dulce, a veneranda religiosa aparentemente frágil, doou-se aos irmãos carentes até os últimos instantes de sua existência sobre a face da Terra. E embora não possuísse bens materiais, foi um exemplo vivo de caridade e amor ao próximo. Francisco de Assis, após despir a túnica que pertencia ao genitor e renunciar ao nome da família, fez as mais preciosas oferendas, dando-se a si mesmo a ponto de tornar-se santo da Humanidade. Jesus, que não possuía uma pedra para reclinar a cabeça, embora as aves do céu tivessem ninhos e as serpentes covis, é o excelente exemplo da maior doação de que se tem notícia na história da Humanidade. Quantos homens e mulheres, seguindo-Lhe as pegadas, deram e doaram-se ao amor pelo próximo, vitalizando a esperança no mundo, através dos tempos. Se meditarmos em profundidade, descobriremos as fortunas de amor escondidas no nosso mundo íntimo. Basta que a boa vontade e a abnegação se façam garimpeiros e descubram as gemas da caridade maior de que podemos dispor fartamente, endereçando-as a todas as criaturas do roteiro por onde transitamos. Esta forma superior de dar-se, nos fará bem, nos fará sentir ditosos, porquanto perceberemos que estamos doando-nos, e a autodoação é a única forma de encontrar a felicidade. * * * O gesto em flor de ternura, a gota do sentimento nobre, a palavra em música de compreensão, o pão em bênção alimentícia, o poema do perdão são orvalho da caridade. E a caridade é como sublime fragrância que perfuma primeiramente o frasco que a transporta em sua intimidade. |
Neide tinha somente 14 anos quando resolveu deixar a roça e tentar a vida na cidade grande. Chegou ao Rio de Janeiro e, sem qualificação profissional alguma, teve algumas dificuldades. Minha avó a admitiu em sua casa e a ensinou a cozinhar, arrumar a casa e até a andar pelas ruas sem medo. Os anos se passaram. Quando eu tinha somente 3 meses de vida, Neide foi morar conosco e ser a minha babá. Mais anos se passaram, nasceram meus irmãos. Algumas babás chegaram e foram embora, e Neide ficou. Babá de três crianças, com pouco mais de um ano de diferença entre si. O que é uma babá? É alguém que é paga para trocar fraldas, levar as crianças à pracinha, brincar, pôr para dormir. Pois é, acho que Neide nunca foi minha babá. Não que ela não tenha feito tudo isso, mas nunca o fez como babá somente. Neide me ensinou, por exemplo, a fazer conta de dividir. E, no ano seguinte, ao meu irmão. E, no seguinte, à minha irmã. Isso foi uma daquelas coisas interessantes da vida: três filhos de um economista brilhante e uma advogada com pós-graduação na Alemanha, estudando num dos melhores colégios da cidade, mas que só aprenderam a fazer conta com aquela outra mãe, a que viera da roça e não tinha nem o segundo grau completo. Por vezes, minha mãe, que trabalhava fora, tentou convencer Neide a voltar a estudar. Quis que ela aprendesse a dirigir e lhe ofereceu um carro de presente. Ela, porém, recusou. Na época, lembro que me revoltava com a inércia de Neide. Queria que ela evoluísse. Mal sabia que ela desempenhava com maestria a profissão que tinha escolhido abraçar: ser nossa mãe. O tempo passou. Nós crescemos. Um dia, chegou a notícia. O pai de Neide, diabético, precisava ter parte de sua perna amputada. Novos cuidados iam ser necessários e a mãe de Neide, já uma senhora, não teria condições de tomar conta do marido sozinha. Foi assim que aos 17 anos, tive de me despedir da minha segunda mãe que, depois de quase 30 anos na cidade, com minha família, precisou voltar para a roça. Ela nunca teve filhos biológicos. Mas seria tolice dizer que ela não foi mãe. Ela foi a melhor mãe que uma criança pode ter, e eu fui a criança mais feliz do mundo por ter sido criada não por uma, mas por duas mães maravilhosas. * * * O texto retrata a homenagem de uma pessoa agradecida a alguém que, em sua vida, representou um grande papel. Em muitas vidas, ocorre assim. Serviçais são contratados e surpreendem pela dedicação com que desempenham as tarefas, muito além do próprio dever. Quase sempre são Espíritos amigos que se comprometem a zelar pelos seus afeiçoados. Surgem então, na feição de criaturas que se transformam em anjos guardiões de vidas, e atravessam os anos, em total dedicação. Estão com os seus tutelados no primeiro dia de aula, segurando-lhes a mão. Verificam se eles fizeram a lição de casa. Inspecionam o banho dos menores, preocupam-se com os horários das refeições e dos medicamentos. Acompanham-nos a festinhas e, muitas vezes, se transformam em confidentes dos adolescentes. Nos tempos da escravatura, eram chamadas de amas de leite. Hoje, de babás. O nome, em verdade, não importa. O que importa é reconhecer que Deus coloca em nossas vidas seres especiais, no auxílio à nossa tarefa de pais e mães. Cumpre reconhecer-lhes as presenças e lhes render as homenagens do coração que goza da ventura de merecer o seu apoio para a sagrada missão de orientar os próprios rebentos. * * * A gratidão pode se expressar de várias formas. Algumas crianças a traduzem de forma espontânea, colocando apelidos carinhosos naqueles que as cercam de cuidados. Por vezes, a expressão que escolhem, no vocabulário da alma, é o doce nome de mãe. |
Saint-Exupéry narra com maestria, em seu Terra dos homens, quando ainda era jovem piloto, a experiência de ter assumido o correio aéreo da África. Quando recebeu a notícia que partiria na manhã seguinte para seu primeiro dia de trabalho, confessou que talvez não estivesse ainda bem preparado. Expressou assim sua insegurança a um companheiro de vôos, naquela noite. Narra o autor que seu amigo espalhava confiança como uma lâmpada espalhava luz. Um amigo que mais tarde iria bater o recorde das travessias do correio aéreo da Cordilheira dos Andes e do Atlântico Sul. Diz-nos Exupéry que sorrindo o mais reconfortante dos sorrisos, ele me disse simplesmente: "As tempestades, a bruma, a neve, por vezes essas coisas o incomodarão. Pense então em todos os que conheceram isso antes de você e diga assim: o que eles fizeram eu também posso fazer." Usualmente os novos desafios nos trazem insegurança. É um aperto no peito; uma dor no estômago; uma noite mal dormida, onde os sonhos ficam projetando um possível insucesso. É natural que nos sintamos assim por alguns momentos. São momentos que ensejam uma busca por nossas habilidades, nossas capacidades internas. Sempre será uma chance de nos conhecermos, quando inquirimos: Será que eu posso? Porém, se nossa auto-estima estiver rebaixada, ou se nosso conhecimento sobre nós mesmos for precário, a tendência é que a insegurança reine por mais tempo. Poderá ser tão poderosa a ponto de nos fazer desistir, retornar. Como se a vida nos convidasse a dar mais um passo e, ao erguermos o pé do chão, nos sentíssemos em desequilíbrio e preferíssemos voltar a perna na posição inicial. Por esta razão o conselho recebido pelo jovem aviador é precioso. Quem sabe pensar em todos que já conseguiram antes de nós, ou em todos aqueles que já passaram por isso e sobreviveram, seja grande ajuda. O que eles fizeram eu também posso fazer. Esta frase nos fala do potencial que todos temos, mas também deve nos lembrar de questionar: Como eles conseguiram? Sim, pois vencer desafios exige sempre muita preparação, muito esforço e grande dedicação. Desta forma, se nos tivermos preparado, feito nossa parte bem feita, não há razão de temer, não há razão para deixar que a insegurança nos domine e nos paralise. Tempestades, brumas e neves são comuns e naturais na vida. As intempéries são escolas de almas que buscam aprimoramento e resistência. Elas sempre existirão. Estão, de certa forma, fora de nosso controle ou comando. O que está sob nosso manche é nossa aeronave Espírito, e nossa habilidade de contornar as tempestades, de fazer boas escolhas, de vencer a nós mesmos. * * * Quando o Modelo e Guia da Humanidade, Jesus, afirmou: Vós sois deuses; e também que Aquele que crê em mim fará as obras que eu faço e outras maiores, Ele falava de potencial. Conhecia profundamente a destinação de cada alma, e que esta seria a perfeição. Conhecia a imutável Lei do progresso, e ousou dizer àqueles homens ainda de coração endurecido, que no futuro, quando desejassem, seriam como Ele já era. Era o habitante do topo da montanha, dizendo aos que acabavam de começar a escalada, que todos poderiam chegar no cume um dia. |
É grande o número de pessoas que vive à procura de milagres para os mais variados males que as aflige. Dizemos que procuram milagres porque a maioria busca algo que possa ser ingerido, injetado, cheirado ou passado na pele, e que faça prodígios. E as receitas não faltam: "Nabo faz bem para isto", "Cenoura para aquilo", "Café cura tal coisa", "Tal vitamina previne o envelhecimento", "Tal legume faz nascer cabelo, tal erva evita a queda", e assim por diante. Estamos sempre procurando algo que resolva nossa vida. E bom seria que uma única cápsula fosse suficiente para todos os males que nos tiram o sossego. No entanto, nossas buscas são sempre do exterior para o interior, quando o ideal seria de dentro para fora. Tentamos retardar o envelhecimento da pele com vitaminas, e esquecemos que o melhor remédio para esse caso, é a nossa disposição de ânimo. O otimismo, a esperança, a alegria, o trabalho voluntário e desinteressado são excelentes contra os radicais livres. O preconceito, o interesse pessoal, o egoísmo, o ódio, a mágoa provocam rugas no corpo e doenças na alma, problemas difíceis de tratar. A ira, a revolta, o desejo de vingança são verdadeiros venenos para o coração. Podem provocar graves problemas cardíacos e até levar ao óbito. A inveja, o ciúme, a maledicência, a calúnia são bombas que destroem sem deixar vestígios. Eis aí alguns pontos que merecem, sim, atenção e cuidado, pois dizem respeito ao nosso bem-estar. Pouco ou nenhum resultado teremos ingerindo produtos, alimentos, ou remédios, se não fizermos um tratamento de intimidade, purificando a fonte das emoções. Uma emoção desequilibrada pode causar muito mal ao nosso organismo. Por isso é importante, se desejamos manter a saúde e o bem-estar, estabelecer alguns cuidados básicos que previnem uma série de males. Uma boa leitura, um bom filme, um passeio, caminhadas freqüentes, uma boa noite de sono, brincar com crianças, rir, saltar de alegria, meditar... A conversa sadia com amigos, a visita a um enfermo, a uma criança internada, alguns minutos de atenção a uma criança órfã são excelente profilaxia para diversos males. Isso é fácil de comprovar. Você deve conhecer pessoas que fazem trabalhos voluntários por prazer. Elas são sorridentes, não aparentam a idade que têm, e geralmente não adoecem. Não têm tempo para falar mal da vida alheia, não guardam mágoa, não carregam ódio, não sentem inveja nem ciúme, e estão sempre de bem com a vida. Essas pessoas também são diferentes no ambiente onde trabalham profissionalmente, pois são leves, otimistas, e sua beleza brota de dentro para fora. Já as pessoas que só pensam em si mesmas são mal-humoradas, prevenidas, vivem armadas contra todos, não confiam em ninguém, e geralmente aparentam mais idade do que têm. Por todas essas razões, vale a pena investir no seu bem-estar de forma eficiente e duradoura. Só então os produtos, alimentos e remédios poderão causar os resultados esperados, pois terão como contributo uma força que vem de dentro, potencializando seus efeitos salutares. Os avanços científicos e tecnológicos são alavancas que podem fazer verdadeiros milagres em todas as áreas que produzem bem-estar, mas para nos ajudar com eficiência, dependem da nossa disposição íntima. Pense nisso e comece a se cuidar, de forma correta e eficaz. Você pode. E só você pode, pois quando se trata de zelar pela fonte da vida que existe em sua intimidade, é um trabalho que ninguém poderá fazer por você. Cuide-se e cuide de sua saúde, começando sempre de dentro para fora... |
O grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia. Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro. Sou a Sra. Adams, disse-lhe. Nesses últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana... Para as flores, lembrou o vigia. Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir para uma última visita e para lhe agradecer. O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza: Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores... Como assim? Perguntou a dama. O rapaz respondeu um tanto reticente: É que... a senhora sabe... as flores duram tão pouco tempo... E afinal, aqui, ninguém as vê... O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a dama. Sei, sim senhora. Pertenço a uma Associação de Serviço Social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta... Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume. A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez sinal ao chofer para que partissem. Meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro. Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e fazem com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei. É que reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças. A Sra. Adams descobrira o que quase todos não ignoramos mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguira auxiliar-se a si própria. * * * Não é necessário visitar o túmulo dos entes queridos que partiram para levar o nosso carinho. É que eles, definitivamente, não estão ali, onde foi enterrado o corpo físico, mas são como pássaros que deixaram a gaiola e voam livres. Para que demonstremos o nosso afeto, basta que lhes enviemos as flores da nossa gratidão através do pensamento impulsionado pelos sentimentos de afeto que sempre nos nutriu e eles perceberão, onde quer que estejam. Assim, a nossa visita ao cemitério será apenas para conservação e limpeza do lugar que serviu de aduana para a libertação do ser a quem tanto amamos e que continua vivendo. |