“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.

(Emmanuel)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Perdão de mãe



A notícia chocou todos os habitantes da pequena República de Palau, na Micronésia.
Um casal e seu filho, assassinados dentro de sua própria casa, por um homem de nome Justin, que buscava apenas alguns bens de consumo para roubar.
O funeral de Ruimar de Paiva e sua família foi acompanhado por cerca de quatrocentas pessoas na cidade de Koror, entre elas o Presidente da República, profundamente abalado.
Um evento, porém, marcou para sempre a vida daqueles habitantes.
Presentes estavam a mãe de Ruimar de Paiva e, também, a mãe do assassino.
Dona Ruth de Paiva, profundamente emocionada, ao fazer um pronunciamento aos presentes, pede a presença da mãe de Justin ao seu lado.
As pessoas ficam em silêncio, quase sem respirar, imaginando o que poderia acontecer naquele momento.
Dona Ruth, trêmula, pega nas mãos da outra mãe, levanta-as em direção aos presentes, e afirma:
Aqui estão duas mães... Estou certa de que a mãe de Justin orou muitas vezes por seu filho, e estou certa de que seu coração está terrivelmente ferido.
A Sra. de Paiva contém as lágrimas, e termina dizendo:
Eu apenas desejo dizer à mãe de Justin que estarei orando por ela... E por Justin.
Segundo declaração do Presidente da República de Palau, que assistiu à cerimônia fúnebre, a habilidade da Sra. Paiva em perdoar, permitia à nação começar um processo de cura.
Disse ainda que perdoar, quando o incidente é tão recente, ajudou muitas pessoas a olharem além da tragédia, e verem que podemos nos perdoar e viver juntos.
*   *   *
Você seria capaz de perdoar, passando por uma situação dessas?
É natural que a resposta da maioria de nós seja negativa. O perdão ainda se faz difícil no coração das almas da Terra.
Mas exemplos como este, que felizmente já são muitos neste mundo, vêm nos dizer que é possível, que somos capazes de perdoar.
A busca de uma vida mais feliz nos leva pelo caminho do perdão, sem dúvida alguma. Sem esquecer as mágoas, sem abandonar a vingança, não encontraremos dias melhores, tal qual sonhamos.
Ninguém consegue alçar voos, carregando o peso do ressentimento no Espírito.
Perdoar é nos libertar da angústia, do medo, do ódio.
Quem perdoa compreende a justiça de Deus, que tudo vê e que nos faz sempre os únicos responsáveis por nossos atos.
Quem perdoa encontra uma nova forma de amar, a da compaixão, que vê o agente do mal como alguém que sofre, e precisa de ajuda.
*   *   *
Perdoar aos inimigosé pedir perdão para si próprio;
Perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era.
(...)Se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência?
Trabalhemos pelo perdão. Aprendamos como perdoar, dia após dia, experiência após experiência.
 
Redação do Momento Espírita com base em notícia publicada em vários jornais, em 6 de janeiro de 2004, e no cap. X, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB
Disponível no cd Momento Espírita v. 18, ed. Fep

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Joanna de Ângelis



O homem, vivendo em sociedade, tem deveres para com ela, cumprindo-he contribuir para o seu progresso, participando ativamente do programa estabelecido.

Alienar-se, a pretexto de servir a Deus, portanto, à vida espiritual, jamais se justifica, não encontrando apoio no exemplo que o próprio Mestre ofereceu, Ele que jamais se escusava. 

Participou de uma boda, santificando-a; das Festas habituais do povo, não se imiscuindo nas venalidades e paixões que estas permitiam; visitou um cobrador de impostos, que O convidara, dignificando-lhe o lar; hospedou-se com a família de Betânia, inúmeras vezes, alargando o círculo da fraternidade; albergou no coração a mulher equivocada, lecionando solidariedade; esteve no Templo e na Sinagoga reiteradas vezes, sem preconceito nem desprezo, e todos os Seus atos se fizeram caracterizar pela naturalidade, discrição e honorabilidade. Nasceu num período festivo. A ocasião do recenseamento – e morreu durante as alegrias evocativas da Páscoa, demonstrando que a vida é um poema de júbilos em nome o Amor. Nunca, tampouco, se apartou de Deus e do dever.

Dá a tua contribuição a Deus. Não, através de coisas e palavras. Sejam: a tua hora de misericórdia – o momento de Deus; o teu instante de reflexão elevada – o de união com Deus; o teu silêncio ante a ofensa – o de cooperação com Deus; a tua ação caridosa – a de contributo a Deus; a tua dedicação ao próximo. A dádiva que encaminhas a Deus; o teu sofrimento resignado – a demonstração de confiança em Deus... 

Todos os teus recursos morais canalizados para a verdade e a elevação constituam o teu concurso, oferenda a Deus.
Viver no mundo, amando a vida e servindo ao mundo sem escravidão e a Deus com emoção, eis o ideal para que o homem alcance a finalidade excelente, para a qual se encontra reencarnado.

terça-feira, 29 de maio de 2012

PROCURAI A VERDADE E A VERDADE TORNÁ-LOS-Á LIVRES


Para evoluir é necessário buscar o entendimento da vida, das situações que passamos. Muitos preferem por acomodação ou medo, se deixarem guiar sem mesmo questionar aonde aquele caminho o levará.
Nosso caminho evolutivo, é um programa de rotas ilusórias, de fracassos, de decepção, de aprendizado, de autoconhecimento, de amor.
Viver,lutar e assimilar experiências nos leva a sabedoria.
Ninguém evoluí sem se desmantelar das ideias tradicionais idólatras, superticiosas e retrógradas, sem questionar os sistemas;sem se libertar da escravidão mental e dos vícios morais.
A Verdade não tem religião.Os homens é que se metem a legislar por conta de Deus. Inventam conceitos e preconceitos, fórmulas e rituais, decretando sua adoção pelos mais fracos e menos capazes de reação. Iludem a si mesmos e pensam que estão sendo preciosos causídicos da Ordem Divina!
A verdade não tem pressa, existe o tempo certo para que aconteça.
Será que ela já chegou para você?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ESPÍRITO ETERNO





"O homem é um Espírito Eterno habitando temporariamente o templo vivo da carne terrestre, que o perispírito não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam às células materiais; que a alma, em qualquer parte, recebe segundo as suas criações individuais; que os laços do amor e do ódio nos acompanham em qualquer círculo da vida; que outras atividades são desempenhadas pela consciência encarnada, além da luta vulgar de cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes ascendentes espirituais e que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo, aperfeiçoando-se e servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a glória imortal a que o Pai nos destinou."

Emmanuel
Missionários da Luz

domingo, 27 de maio de 2012

NOVAS RESPONSABILIDADES



Filhos da Alma!
Que Jesus nos abençoe.
O século XXI continua guindado à mais alta tecnologia, desbravando os infindáveis horizontes da ciência.
Antigos mistérios do conhecimento são desvelados. Enigmas, que permaneciam incompreensíveis, são decifrados, e o materialismo sorri zombeteiro das mensagens sublimes do amor.
Paradoxalmente, os avanços respeitáveis dessas áreas do intelecto não lograram modificar as ocorrências traumáticas que têm lugar no Orbe, na atualidade. No auge das conquistas das inteligências, permanecem as convulsões sociais unidas às convulsões planetárias no momento da grande transição que passa a Terra amada por todos nós.
De um momento para outro, uma erupção vulcânica arrebenta as camadas que ocultam o magma, e as cinzas – atiradas acima de 10 mil metros da superfície terrestre – modificam toda a paisagem européia ameaçando as comunicações, a movimentação, enquanto se pensa em outras e contínuas erupções que podem vir assinaladas por gases venenosos ou por lava incandescente... Fenômenos de tal monta podem ser detectados, mas não impedidos, demonstrando que a vacuidade da inteligência não pode ultrapassar a sabedoria das leis cósmicas estabelecidas por Deus.
E Gaia – a grande mãe planetária – estorcega-se, enquanto na sua superfície a violência irrompe em catadupas, ameaçando a estabilidade da civilização: política, econômica, social e, sobretudo, moral, caracterizando estes como os dias das antigas Sodoma e Gomorra das anotações bíblicas.
Poder-se-ia acreditar que o caos seria a conclusão final inevitável, entretanto, a barca terrestre que singra os horizontes imensos do Cosmo não se encontra à matroca.
Jesus está no leme e os seus arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa geológica, enquanto se operam as transformações morais.
Iniciada a Era Nova, surge, neste mesmo século XXI, o período prenunciador da paz, da fé religiosa, da arte e da beleza, do bem e do dever.
Assinalando esse período de transformação, estamos convidados, encarnados e desencarnados, a contribuir em favor do progresso que nos chega de forma complexa, porém bem direcionada.
Avancemos com as hostes do Consolador na direção do porto do mundo de regeneração.
Sejam os nossos atos assinalados pelos prepostos de Jesus, de tal forma que se definam as diretrizes comportamentais.
...E que todos possam identificar-nos pela maneira como enfrentaremos dissabores e angústias, testemunhos e holocaustos, à semelhança dos cristãos primitivos que viveram, guardadas as proporções, período equivalente, instaurando na Terra o Evangelho libertador, desfigurado nos últimos dezessete séculos, enquanto, com Allan Kardec, surgiu o Consolador trazendo-nos Jesus de volta.
É compreensível, portanto, que os Espíritos comprometidos com o passado delituoso tentem implantar a desordem, estabelecer o desequilíbrio das emoções para que pontifique o mal, na versão mitológica da perturbaçãodemoníaca. Em nome da luz impagável daqueles momentosos dias da Galiléia, particularmente durante a sinfonia incomparável das bemaventuranças,demonstremos que a nossa é a força do amor e as nossas reflexões no mundo íntimo trabalham pela nossa iluminação.
Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se a caridade na direção de todas as criaturas humanas.
Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo brilha em nós e conduz-nos com segurança.
A Eurásia, cansada de tantas guerras, de destruição, da cegueira materialista, dos contínuos holocaustos de raças e de etnias, de governos arbitrários e perversos, clama por Jesus, como o mundo todo necessita de Jesus. Seus emissários, de Krishrna a Bahá’u’lláh, de Moisés a Allan Kardec, de Buda aos peregrinos da não violência, de Maomé aos pacificadores mulçumanos, todos esses, ministros de Jesus, preparam-lhe, através dos milênios, o caminho para que através do Consolador – mesmo sem mudanças de diretrizes filosóficas ou religiosas – predomine o amor.
Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas dêem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...
Jesus, meus filhos, ontem, hoje e amanhã, é a nossa bússola, é o nosso porto, é a nave que nos conduz com segurança à plenitude.
Porfiai no bem a qualquer preço. Uma existência corporal, por mais larga, é sempre muito breve no relógio da imortalidade. Semeai, portanto, hoje o amor, redimindo-vos dos equívocos de ontem com segurança, agora, na certeza de que estes são os sublimes dias da grande mudança para melhor.
Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada evolutiva.
Saudamo-vos a todos os companheiros dos diversos países aqui reunidos, e em nome dos Espíritos que fazem parte da equipe do Consolador, exoramos ao Mestre inolvidável que prossiga abençoando-nos com sua paz, na certeza de que com Ele – o amor não amado – venceremos todos os obstáculos.
Muita paz, filhos da alma e que Jesus permaneça conosco.
São os votos do servidor paternal e humílimo de sempre, Bezerra.


(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 9 de maio de 2010, no Encontro do Conselho Espírita Internacional, reunido em Varsóvia, Polônia).

sábado, 26 de maio de 2012

A FELICIDADE É REFLEXO DA VIDA INTERIOR




Devemos tomar consciência que não há outro caminho para alcançarmos a felicidade, a paz, a prosperidade duradoura, senão pelo domínio do nosso próprio eu.

Teremos, então, o governo de nós mesmos, seremos autenticamente o que somos.

Onde houver o verdadeiro amor impera pureza, saúde, equilíbrio, altruísmo, espiritualidade, força, vida.

Para alcançarmos o amor, compreendê-lo, experimentá-lo é necessário grande persistência e diligência no bem, na verdade, no exercício de descobrir sempre o melhor do próximo.

O homem que ama deve ter a firme resolução de enriquecer a vida e não de fazer fortuna. Não devemos esquecer que a fortuna não preenche os vácuos da existência, mas cria abismos entre os homens.

A verdadeira riqueza é a do espírito sedimentada pela generosidade, a abnegação, o amor dedicado, com consciência de que está realizando a missão da vida.

Não devemos esquecer que a felicidade é o produto do nosso querer e do nosso fazer.

Paz, alegria, trabalho.

Mensagem do espírito Leocádio José Correia, extraída da obra "No Cenário da Vida", psicografada pelo médium Maury Rodrigues da Cruz.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

REFORMA ÍNTIMA



1) Qual o conceito de reforma íntima?

Reforma íntima nada mais é do que o desenvolvimento latente que jaz em nosso espírito. É um requisito indispensável à própria saúde.

2) Perdeu-se, com o tempo, seu sentido conceitual?

Sim. A repetição de um termo faz com que se perca o seu conceito original. Observe a palavra Evangelho, que de tanto ser repetida, perdeu sua feição de boa nova. O mesmo se dá com o termo reforma íntima. Não tem mais o sentido de desenvolvimento das virtualidades inscritas no âmago de cada ser. Significa, sim, proibição: não faça isso; deixe de fazer aquilo; isso é "pecado".

3) Em vez de reforma íntima, não seria preferível usar o termo "mudança comportamental"?

A reforma pressupõe conserto, remendo, reparo. A imagem mais clara é quando precisamos fazer uma reforma em nossa casa: quebramos, para depois construir outra coisa, mais bela e mais de acordo com os tempos atuais. Assim, em vez de reforma, que pressupõe conserto, o termo mudança comportamental, entendida como desenvolvimento, seria mais conveniente. Como o Espírito foi criado simples e ignorante, mas sujeito ao progresso, a mudança pressupõe que esse Espírito esteja crescendo, evoluindo.

4) Relacione reforma íntima e reflexos condicionados.

Uma forma didática de se entender a reforma íntima é relacioná-la aos reflexos condicionados. Todos nós somos herdeiros de um automatismo, vindo de longa data. Dado um estímulo, respondemos automaticamente. Se xingados, queremos revidar. Observe as nossas respostas, as nossas reações no trânsito: uma leve "fechada" pode até ocasionar morte. E se mudássemos essa resposta automática. E se, em vez de querermos briga, perdoarmos aquele nosso irmão? Não haveria um ganho para o infrator e para nós?

5) Conhecer a si mesmo é reformar-se?

Sócrates, quando nos revelou o "conhece a ti mesmo", não estava interessado numa mudança comportamental. Queria apenas que cada um de nós tomasse consciência da sua própria ignorância. Quando o termo passou para o latim, "nosce te ipsum", começaram a modificar-lhe o sentido e colocaram-no como condição moral para que o ser humano pudesse mudar os seus hábitos e os seus costumes.

6) Como proceder em relação à reforma íntima?

Uma vez iniciada, convém dar-lhe continuidade. Parar é regredir, é voltar aos mesmos erros que cometíamos no passado. Um bom exercício é o ser humano se colocar no meio de uma montanha. Tem que ir em frente, porque a queda pode ser violenta.

7) Qual é o grande erro que se comete na reforma íntima?

É querer fazer uma reforma radical. Lembremo-nos de que os ensinamentos veiculados por Jesus, e por outros grandes lideres da humanidade, são modelos que devemos ter em mente. É como um ideal, uma meta a alcançar, porque a evolução não dá saltos. Querer melhorar a qualquer custo é também uma forma de violência.

Sérgio Biagi Gregório
Aprofundamento Doutrinário

quinta-feira, 24 de maio de 2012

SWEDENBORG - O CIENTISTA QUE FALAVA COM OS ANJOS



Todas grandes revelações de Deus aos homens tiveram seus precursores, que vieram com a missão de aplainar as dificuldades inerentes ao surgimento de novos paradigmas. A revelação cristã, por exemplo, teve um eminente precursor na pessoa de um ativo profeta itinerante que pregava a vinda do Salvador numa região muito pobre e inóspita, alimentando-se com mel de abelhas e gafanhotos. Ele era tão grande, contudo, que o próprio Cristo testemunhou “dos nascidos de mulher, não houve ninguém maior do que João Batista”.(Mateus, ll-9/11).

E o Espiritismo, a terceira revelação de Deus à humanidade, antecedido pelas leis mosaica e cristã, também teve grandes precursores. Um dos mais notáveis surgiu cerca de um século antes da Codificação de Allan Kardec. Chamava-se Emanuel Swedenborg e – ao contrário da penúrias enfrentadas por João Batista – veio ao mundo no seio de tradicional família sueca, o que lhe proporcionou uma excelente formação filosófica, com profundo conhecimento das ciências então predominantes, notadamente a Física, a Astronomia e a Engenharia. Foi também financista e político. E apesar de ser um apaixonado estudioso da Bíblia, não ia muito à Igreja, contrariando os costumes de seu tempo, o que provocava severas críticas de seus inimigos e justificativas de seus amigos mais íntimos. Um destes explicou que "Swedenborg não poderia continuar aceitando como verdadeiras pregações igrejistas, tão diferentes de suas revelações.” O próprio Swedenborg confidenciou ao Reverendo Ferelius que não encontrava mais prazer em ir na igreja, por causa dos anjos com quem conversava até mesmo durante o culto religioso. Eles discordavam daquilo que o ministro dizia, especialmente quando o assunto era as três pessoas da Divindade, o que seria o mesmo que admitir a existência de três deuses.

Em certa ocasião, um criado e sua esposa, pessoas simples, que trabalhavam para Swedenborg há muitos anos, vieram dizer-lhe que não poderiam mais trabalhar ali, pois o pastor lhes havia dito que Swedenborg não era cristão. Ele respondeu que, tendo trabalhado para ele por tantos anos, se eles se lembrassem de algum dia ele ter praticado algum ato não cristão, estariam livres para partir. O casal ficou. Desde menino, Swedenborg manifestou notável vidência mediúnica. Conta-se que por ocasião de um jantar em Gothemburg, onde se encontravam várias pessoas, conseguiu observar e descrever para os presentes um grande incêndio que se desenrolava naquele exato momento, a trezentas milhas de distância, em Estocolmo. Posteriormente, poucos dias após a morte de seu grande amigo Christopher Polhem, disse Swedenborg: Ele morreu na segunda-feira e falou comigo já na quinta-feira. Eu mesmo tinha sido um dos convidados para o enterro. Ele disse viu seu cortejo fúnebre e presenciou quando o féretro baixou à sepultura. Entretanto, nessa conversa comigo perguntou porque o tinham enterrado, se continuava vivo. Quando o sacerdote falou que êle se ergueria no Dia do Juízo Final , perguntou por que isso, se êle desde agora já estava de pé.

E tal como faria Chico Xavier duzentos anos depois, Swedenborg não auferia nenhum benefício com a venda de seus livros teológicos. Seu editor londrino, John Lewis, escreveu a seguinte nota num anúncio do segundo volume da obra Arcanos Celestes: "Quero, de público, testemunhar que esse cavalheiro, com infatigável labor e pesares, gastou um ano inteiro preparando e escrevendo o primeiro volume dos Arcanos Celestes e pagou, pela sua impressão, duzentas libras, tendo adiantado outras duzentas para este segundo volume. E, tendo feito isto, deu ordens expressas para que todo o dinheiro arrecadado fosse dado à obra de propagação do Evangelho. Assim, está muito longe de desejar obter lucro deste seu labor, visto que não receberá de volta nem um níquel das quatrocentas libras que gastou. Por essa razão, a obra chega ao público a um custo extraordinariamente baixo".

Entretanto, o que mais chama atenção para os espíritas, é a notável semelhança entre as suas narrativas da vida no plano espiritual e as que foram trazidas pelo espírito André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier. O célebre Conan Doyle, em seu livro A História do Espiritismo, expõe alguns dos principais fatos descritos por Swendenborg, dos quais extraímos o seguinte trecho: O outro mundo, para onde vamos após a morte, consiste de várias esferas, representando outros tantos graus de luminosidade e de felicidade; cada um de nós irá para aquela a que se adapta a nossa condição espiritual. Somos julgados automaticamente, por uma lei espiritual das similitudes; o resultado é determinado pelo resultado global de nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no leito da morte têm pouco proveito. Nessas esferas, verificou que o cenário e as condições deste mundo eram reproduzidas fielmente, do mesmo modo que a estrutura da sociedade. Viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais e palácios onde deviam morar os chefes.

A morte era suave, dada a presença de seres celestiais que ajudavam os recém-chegados na sua nova existência. Esses recém vindos passavam imediatamente por um período de absoluto repouso. Reconquistavam a consciência em poucos dias, segundo a nossa contagem.Havia anjos e demônios, mas não eram de ordem diversa da nossa: eram seres humanos, que tinham vivido na Terra e que, ou eram almas retardatárias, como demônios, ou altamente desenvolvidas, como anjos. De modo algum mudamos com a morte. O homem nada perde pela morte: sob todos os pontos de vista é ainda um homem, conquanto mais perfeito do que quando na matéria. Leva consigo não só suas forças, mas seus hábitos mentais adquiridos, suas preocupações, seus preconceitos.

Todas as crianças eram recebidas igualmente, fossem ou não batizadas. Cresciam no outro mundo; jovens lhe serviam de mães, até que chegassem as mães verdadeiras. Não havia penas eternas. Os que se achavam nos infernos podiam trabalhar para sua saída, desde que sentissem vontade. Os que se achavam no céu não tinham lugar permanente: trabalhavam por uma posição mais elevada. Havia o casamento sob a forma de união espiritual no mundo próximo, onde um homem e uma mulher constituíam uma unidade completa (é de notar-se que Swendenborg jamais se casou). Não existiam detalhes insignificantes para sua observação no mundo espiritual. Fala de arquitetura, de artesanato, das flores, dos frutos, dos bordados, da arte, da música, da leitura, da ciência, das escolas, dos museus, das academias, das bibliotecas e dos esportes. Tudo isso pode chocar as inteligências convencionais, conquanto se possa perguntar por que toleramos coroas e tronos e negamos outras coisas menos materiais.

Os que saíram deste mundo, velhos, decrépitos, doentes ou deformados, recuperavam a mocidade e, gradativamente, o completo vigor. Os casais continuavam juntos, se os seus sentimentos recíprocos os atraíam. Caso contrário, era desfeita a união. Dois amantes verdadeiros não são separados pela morte, de vez que o espírito do morto, muitas vezes, habita com o sobrevivente até a morte deste último, quando se encontram e se unem, amando-se mais ternamente do que antes". (Obra citada, edição de 1990, páginas 38 e 39).

Quem desejar maiores detalhes sobre Emanuel Swedenborg, este precursor das revelações espíritas, encontrará amplo material em suas obras Céu e Inferno, A Nova Jerusalém e Arcana Coelestia. Quinze anos após sua morte, em 1772, seus admiradores fundaram a Igreja Swedenborgiana que ainda hoje subsiste em alguns países, com outras denominações.

Panorama Espírita
Texto: Pedro Fagundes Azevedo

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O ANJO E O MALFEITO



Este é um pequeno conto, do escritor desencarnado Humberto de campos (Irmão X), psicografado por Chico Xavier em 1969, no livro "Estante da vida". 

Nele, um Mensageiro do Alto desce ao mundo em apoio às centenas de criaturas mergulhadas na enfermidade e no crime, na miséria e na ignorância, mas, necessitando de ajuda dos próprios encarnados, começou a fazer publicações de apelos do Próprio Evangelho, induzindo corações, em nome do Cristo, à compaixão e a caridade.

Entretanto, todos os habitantes do local se comoviam com os textos, mas não se encorajavam à menor manifestação de amparo ao próximo. Então o Enviado Celestial, convicto de que fora recomendado pelo Senhor a servir (e não a questionar), julgou mais acertado assumir a forma de um homem e solicitar, sem delongas, o apoio de alguém que lhe pudesse prestar auxílio.

Materializado, procurou pela colaboração dos homens considerados mais responsáveis. Humilde e resoluto, repetia sempre o mesmo convite à prática evangélica, registrando respostas que o surpreendiam pela diferença:

O VIRTUOSO - Não posso manchar meu nome em contato com os viciosos e transviados.

O SÁBIO - Cada qual está na colheita daquilo que semeou. Falta-me tempo para ajudar vagabundos, voluntariamente distanciados da própria restauração.

O PRUDENTE - Não posso arriscar minha posição dificilmente conquistada, na intimidade de pessoas que me prejudicariam a estima publica.

O FILANTROPO - Dou o dinheiro que seja necessário, mas de modo algum me animaria a lavar feridas de quem quer que seja.

O PREGADOR - Que diriam de mim se me vissem na companhia de criminosos?

O FILÓSOFO - Nunca desceria a semelhante infantilidade... Aspiro a alcançar as mais altas revelações do Universo. Devo estudar infinitamente... Além disso, estou cansado de saber que, se não houvesse sofrimento, ninguém se livraria do mal...

O PESQUISADOR DA VERDADE - Não sou a pessoa indicada. Caridade é capa de muitas dobras, que tanto acolhe o altruísmo quanto a fraude. Não me incomode... Procuro tão somente as realidades essenciais.

Desencantado, o Mensageiro bateu à porta de conhecido malfeitor (aliás, a pessoa menos categorizada para a tarefa) e reformulou a solicitação. O convidado, embora os desajustes íntimos, considerou, de imediato, a honra que o Senhor lhe fazia, propiciando-lhe o ensejo de operar no levantamento do bem geral, e meditou, agradecido, na Infinita Bondade que o arrancava da condenação para o favor do serviço. Não vacilou. Seguiu aquele desconhecido de maneiras fraternais que lhe pedia cooperação e entregou-se decididamente ao trabalho. Em pouco tempo conheceu a fundo o martírio das mães desamparadas, entre a doença e a penúria, carregando órfãos de pais vivos; o pranto das viúvas relegadas à solidão; as aflições dos enfermos que esperavam a morte nas arcas de ninguém; a tragédia das crianças abandonadas; o suplício dos caluniados sem defesa; os problemas terríveis dos obsediados sem assistência; a mágoa das vítimas dos preconceitos levados ao exagero pelo orgulho social; a angústia dos sofredores caídos em desespero pela ausência de fé...

Modificado nos mais profundos sentimentos, o ex-malfeitor consagrou-se ao alívio e à felicidade dos outros, e, percebendo necessidades e provações que não conhecia, procurou instruir-se e aperfeiçoar-se. Com quarenta anos de abnegação, adquiriu as qualidades básicas do Virtuoso, os recursos primordiais do Sábio, o equilíbrio do Prudente, as facilidades econômicas do Filantropo, a competência do Pregador, a acuidade mental do Filósofo e os altos pensamentos do Pesquisador da Verdade...

Quando largou o corpo físico, pela desencarnação - Espírito lucificado no cadinho da própria regeneração, ao calor do devotamento ao próximo -, entrou vitoriosamente no Céu, para a ascensão a outros Céus...

Um dia, chegaram ao limiar da Esfera Superior o Virtuoso, o Sábio, o Prudente, o Filantropo, o Pregador, o Filósofo e o Pesquisador da Verdade...

Examinados na Justiça Divina, foram considerados dignos perante as Leis do Senhor; entretanto, para o mérito de seguirem adiante, luzes acima, faltava-lhes trabalhar na seara do amor aos semelhantes... Enquanto na Terra não haviam desentranhado os tesouros que Deus lhes havia conferido em benefício dos outros, cabia-lhes, assim, o dever de regressar às lides da reencarnação; Mas, porque haviam abraçado conduta respeitável no mundo, o Virtuoso receberia, na existência vindoura, mais veneração, o Sábio mais apreço, o Prudente mais serenidade, o Filantropo mais dinheiro, o Pregador mais inspiração, o Filósofo mais discernimento e o Pesquisador da Verdade mais luz...

Observando, porém, que o malfeitor, muito conhecido deles todos, vestia alva túnica resplandecente, estava funcionando entre os agentes da Divina Justiça, começaram a discutir entre si, incapazes de reconhecer que, na obra do amor, qualquer filho de Deus encontra os instrumentos e caminhos da própria renovação. Desalentados, passaram a reclamar... Em nome dos companheiros, o Virtuoso aproximou-se do orientador maior - que lhes revisava os interesses no Plano Espiritual - e indagou:

Venerável Juiz, por que motivo um malfeitor atravessou antes de nós, as fronteiras do Céu?!...

O magistrado, porém, abençoou-lhe a inquietação com um sorriso e informou, simplesmente.

Serviu.


Site: saindodamatrix

terça-feira, 22 de maio de 2012

BOM DIA!


Deus nos concede o livre-arbítrio; que é o direito de tomarmos nossas próprias decisões, com isso assumimos as consequências dessas escolhas. Podemos então entender que Deus não aplica punições ou recompensas, mas que tudo é consequência das nossas atitudes.
Quando nos afastamos das Leis Divinas, estamos destinados ao sofrimento reparador; aquele que nos faz entender que escolhemos errado, e que devemos refletir melhor na próxima vez!

Abraço Fraterno

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O PORQUÊ DA VIDA




Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo?
Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?
Não há ser humano, por mais indiferente que seja, que não tenha enfrentadoalgumas vezes com esses grandes problemas.
A dificuldade de resolvê-los, a incoerência e a multiplicidade das teorias que daí se derivam, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, o tem atirado à indiferença e ao cepticismo.
Entretanto, o homem tem necessidade de saber; precisa do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que guia e sustém.
Também tem os meios de conhecer, a possibilidade de ver a verdade desprender-se das trevas e inundá-lo com sua luz benéfica.
Para isso, deve afastar-se dos sistemas preconcebidos, perscrutar-se a si próprio, escutar essa voz interior que fala a todos e que os sofismas não podem deturpar: a voz da razão, a voz da consciência.
Assim fiz eu. Muito tempo refleti; meditei sobre os problemas da vida e da morte; com perseverança sondei esses abismos profundos. Dirigi à Eterna Sabedoria uma ardente invocação e Ela me atendeu, como atende a todoespírito animado do amor do bem.
Provas evidentes, fatos de observação direta vieram confirmar as deduções do meu pensamento, oferecer às minhas convicções umas bases sólidas, inabaláveis.
Depois de duvidar, acreditei; depois de ter negado, vi.
E a paz, a confiança, a força moral desceram sobre mim.
Eis os bens que, na sinceridade do meu coração, desejoso de ser útil aos meus semelhantes, venho oferecer aos que sofrem e desesperam.

domingo, 20 de maio de 2012

É FÁCIL SER BOM?




PARA VOCÊ É FÁCIL PRATICAR OS SEGUINTES ENSINAMENTOS DE JESUS:


· Amar os inimigos;
· Fazer o bem àqueles que o odeiam;
· Orar por aqueles que o perseguem e o caluniam;
· Se alguém o ferir na face direita oferecer-lhe também a outra;
· Ao que quer-lhe tirar a tua túnica, largar-lhe também a capa;
· Ao que lhe obrigar a fazer mil passos, ir com ele ainda mais dois mil anos.

Os ensinamentos de Jesus representam o mais violento contraste entre os padrões de vida do homem materialista e o ideal do homem espiritualizado.
Para compreender tão excelsa sabedoria contidas nos ensinamentos de Jesus, deve o homem ultrapassar os limites do seu intelecto analítico e abrir a alma para uma experiência espiritual.

O HOMEM MATERIALISTA

O homem materialista é egoísta. Seu tempo é dedicado exclusivamente as coisas do mundo da matéria, reduzem tudo à vida presente e não tem tempo para preocupar-se com o espiritual.
Para o homem profano é absurdo:
 - Amar os inimigos;
- Fazer o bem àqueles que o odeiam;
- Orar por aqueles que o perseguem e o caluniam;


O HOMEM ESPIRITUALISTA (VIRTUOSO)

Quando alguém ama por dever, e até por querer - é um homem virtuoso.
O virtuoso age em virtude de uma obrigação de compulsão moral, ou seja, devo fazer isso ou aquilo para agradar, para não sofrer.
Para o homem meramente virtuoso, pode o amor ter sabor amargo, pode ser"caminho estreito e porta apertada";
Ele se sente como um escravo - " eu devo amar".
Para o homem espiritualista agir com virtude é uma obrigação moral.
- Eu devo amar os inimigos;
- Eu devo fazer o bem àqueles que me odeiam;
- Eu devo orar por aqueles que me perseguem e o caluniam;

O HOMEM ESPIRITUALIZADO (SÁBIO)

O verdadeiro amor não vem da virtuosidade, mas sim da sabedoria, da compreensão, da verdade, do “eu quero amar”. 
Somente para o sábio, amar se torna "jugo suave e peso leve”.
O verdadeiro sábio ama por compreender, por saber - e saboreia a verdadeira felicidade.
O dever e o querer do virtuoso são atos de boa vontade,mas o compreender do sábio é uma atitude da razão espiritual.
Para o homem espiritualista agir com virtude é uma obrigação moral.
- Eu quero amar os inimigos;
- Eu quero fazer o bem àqueles que me odeiam;
- Eu quero orar por aqueles que me perseguem e o caluniam;

AFINAL QUEM SÃO NOSSOS INIMIGOS?

Os inimigos são os pensamentos, os sentimentos e atos errôneos praticados e não a pessoa.
Podemos não amar as mesmas idéias e nem gostarmos dos sentimentos que nossos irmãos possuem, mas temos que amar o ser, a pessoa que é nosso irmão.
Devemos lembrar sempre, acima de tudo ele é nosso irmão e é a ele quem devemos ajudar e amar.
Nós espíritas, sabemos que os relacionamentos de difícil convivência e a maldade, a que estamos expostos, fazem parte das provas que devemos enfrentar.
Sabemos também que os irmãos que estão ao nosso lado são instrumentos, são oportunidades de melhoria para o nosso espírito.

Oportunidade de praticar o Bem.