“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.

(Emmanuel)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Goste das pessoas



Kent não era mais do que um adolescente quando aprendeu, com seu amigo da mesma idade, uma das lições que mais lhe encheram de prazer a vida.

Ambos estavam estudando e, da janela, observaram um dos professores atravessando o estacionamento.

Kent explicou a Craig que não gostaria de reencontrar aquele instrutor. No semestre anterior, ele e o professor tinham se desentendido.

O cara não gosta de mim - finalizou.

Craig observou o professor e falou:

Talvez você esteja se afastando porque tenha medo de ser rejeitado. E ele provavelmente acha que você não gosta dele, por isso não é simpático com você. Por que não vai falar com ele?

Hesitante, Kent desceu as escadas, cumprimentou o professor e perguntou como tinha sido seu período de férias.

Ele se mostrou surpreso, mas respondeu. Juntos caminharam um pouco e conversaram.

O amigo tinha lhe ensinado algo simples. As pessoas gostam de quem gosta delas. Quando se mostra interesse por elas, elas se interessam por nós.

A partir daquele dia, o mundo se transformou para Kent numa grande descoberta.

Certa vez, viajando de trem pelo Canadá, ele começou a conversar com um homem que todos evitavam, porque cambaleava e enrolava a língua, ao falar. Todos pensavam que ele estivesse bêbado. Em verdade, ele estava se recuperando de um derrame.

Tinha sido engenheiro naquela mesma linha férrea e passou a viagem contando histórias fascinantes passadas naquela ferrovia.

Quando o trem foi se aproximando da estação, ele segurou a mão de Kent e agradeceu por ele ter ouvido, com tanta atenção.

Mas Kent sabia que o prazer tinha sido muito maior para ele próprio.

Em um outro momento, em uma esquina barulhenta, numa cidade da Califórnia, uma família o parou pedindo informações. Eram turistas da isolada costa norte da Austrália.

Em pouco tempo, tomando café, eles encheram de conhecimento a sua cabecinha, com histórias sobre lugares e costumes que possivelmente ele nunca teria conhecido.

Cada encontro se tornou uma aventura. Cada pessoa, uma lição de vida. Ricos, pobres, poderosos e solitários: ele percebeu que todos tinham tantos sonhos e dúvidas quanto ele mesmo.

Todos tinham uma história única para contar. Bastava alguém querer ouvir.

Uma jovem esteticista lhe confidenciou a alegria que tinha sentido ao ver os moradores de um asilo, sorrindo, depois que ela cortou e penteou seus cabelos.

Um guarda de trânsito revelou como tinha aprendido alguns dos seus gestos, observando toureiros e maestros.

Até mesmo um andarilho, com a barba por fazer, lhe contou como tinha conseguido alimentar sua família durante o período da depressão, nos Estados Unidos, recolhendo peixes atordoados que flutuavam na superfície, depois de explosões na água.

Em suma, todas as pessoas tinham histórias para contar. Histórias ricas de experiências. E todas sonhavam com alguém que as quisesse ouvir.

Pensamento

Parafraseando Francisco de Assis, poderíamos pensar em uma oração, mais ou menos assim:

Senhor, permita que eu procure muito mais ouvir do que ser ouvido; muito mais ver do que desejar ser visto.

Finalmente: que eu aprenda a gostar das pessoas primeiro, e faça as perguntas depois, para que eu possa descobrir, com alegria, que a luz que projeto nos outros, se reflete em mim mesmo, multiplicada por cem.



 
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Goste das pessoas primeiro, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Kimberly Kirberger, ed. Sextante.

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