“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.

(Emmanuel)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Chico Xavier



"Chico Xavier é a reencarnação de Allan Kardec", diz filho adotivo do médium 

Eurípedes mantém viva a memória do pai. O homem pequenino, de pele morena, fala mansa e passos curtos, que se transformou na maior fortaleza espiritual que o Brasil já viu, até hoje é um mistério. Chico Xavier polemizou até mesmo na hora da morte – partiu em um dia de festa para o país, exatamente como queria e previa. E nos mais de 50 anos em que atuou como médium, movimentou multidões até a cidade que adotou para viver, Uberaba (MG). Mudou vidas. Aliviou dores. Deixou lições jamais esquecidas.

E hoje, quase 10 anos após deixar órfãos os que nele acreditavam, Chico parece continuar vivo: suas obras nunca venderam tanto, são atuais como antes e seu legado permanece atraindo milhões de devotos a cada ano a Uberaba. Mesmo sem a sua presença lá.

O filho adotivo de Chico, o dentista Eurípedes Higino dos Reis, 61 anos, que hoje administra seus bens e trabalha para manter viva a memória do pai, não tem dúvidas em afirmar: Chico Xavier foi a reencarnação de Allan Kardec, codificador da doutrina espírita no mundo, há 150 anos. E o médium sempre soube disso.

O que explica a devoção destas pessoas que continuam a buscar Uberaba?

Eurípedes Higino dos Reis – Isso é muito normal. O mundo está necessitado de referências. Todo mundo precisa de algo assim, independentemente de sua religiosidade e da falta dela. Chico dizia que, quando a dor chega, a gente procura por uma força maior. E essa força maior tem o nome que for, mas vem de Deus. E toda a referência deste século foi Chico Xavier, o emissário de Jesus.

Chico deixou seguidores?

Eurípedes – Chico Xavier sempre dizia que ninguém sucede ninguém. Que, ao mesmo tempo em que morre uma folha, nasce também uma planta. Mas, hoje, sabemos que existem médiuns que dão continuidade ao trabalho deixado por ele. De certa forma, existem seguidores de Chico, porque Chico era um grande seguidor de Jesus.

E sobre sua adoção? Não foi por acaso, foi?

Eurípedes – Eu não caí de paraquedas na vida do Chico. Nada foi por acaso, nem o nosso encontro. O fato de termos de viver juntos já estava predeterminado há muitos e muitos anos. Chico reconheceu em minha mãe, recém-chegada a Uberaba, a mulher que traria até ele essa divindade prevista em outras vidas, mesmo sem nunca tê-la visto antes. Sabia que ela tinha filhos e que eu, o mais novo, era a reencarnação de seu irmão José, morto muitos anos antes, e com quem devia voltar a conviver. E por isso, aos sete anos de idade, vim morar com ele, que passou a me criar junto de minha mãe.

Qual a primeira lembrança que lhe vem à memória quando pensa em Chico?

Eurípedes – Desde que vim morar com ele, Chico trazia lanche todas as noites para mim. Quando ele teve labirintite, aí inverteu-se esse papel. Eu passei a levar o lanche para ele na cama e o cobria antes de dormir. Foi quando Chico deixou de me chamar de filho e passou a me chamar de pai. É tanto que recebeu uma trova, que está na parede: "Entretanto a posição de Chico tem novo brilho. Eurípedes se fez pai e Chico, hoje, é seu filho".

Qual a maior lição que ele lhe deixou?

Eurípedes – Chico foi um grande conselheiro, não só dos espíritas, mas também de homens de grande valor. A mim, ele ensinou a amar e respeitar muito a Deus e a todas as pessoas, independentemente de sua posição social.

Você acredita que Chico era a reencarnação de Allan Kardec?

Eurípedes – Isso não só é uma verdade como é um fato dos mais corretos. E não falo isso porque estudiosos chegaram a essa conclusão. Falo porque ouvi dele mesmo, por várias vezes. Claro, nunca falou diretamente sobre isso. Nunca disse com todas as letras: "Sou a reencarnação do Kardec". Se fizesse isso, não seria o Chico que todos conhecemos. Mas ele sempre deixou pistas. Para mim e para todos que eram próximos dele. Não tenho dúvida nenhuma disso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário