“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.

(Emmanuel)

sábado, 11 de setembro de 2010

11 /09/2001: A imprevisibilidade do previsível


Estamos em um momento delicado, espiritualmente falando, e devemos tomar consciência de nossa caminhada no Mundo Material rumo à evolução espiritual. A fé raciocinada é essencial neste momento de transição, já que a crença cega pode ser prejudicial, pois muitos verão nessa catástrofe como alguma premonição, vinda do Antigo Testamento, relacionada com o fim do mundo. Porém, na realidade, não se trata do fim, mas do começo ou recomeço, a fim de que as coisas tomem um desenrolar diferente e saibamos que não estamos aqui por acaso. Nosso tempo é curto; por isso, temos de aproveitá-lo para realizar obras edificantes em prol das outras pessoas, já que não levamos nada daqui a não ser a experiência adquirida e as boas ações.
Para entendermos melhor essa passagem, vejamos o que dizem os Espíritos em O Evangelho Segundo o Espiritismo: “A revolução que se prepara é mais moral do que material; os Espíritos, mensageiros do Senhor, inspiram a fé para que todos vós, companheiros da Doutrina iluminados e ardentes, façais ouvir a vossa voz humilde. Sois o grão de areia, mas sem grãos de areia, não haveria montanhas, portanto, que estas palavras: ‘Somos pequenos’, não tenham mais sentido para vós. Cada um tem sua missão, cada um tem seu trabalho. A formiga não constrói seu formigueiro e os animaizinhos insignificantes não erguem continentes? A nova cruzada começou: apóstolos da paz universal e não da guerra, São Bernardos modernos, olhai e andai para a frente! A lei dos mundos é a lei do progresso”.
Vivemos em um mundo de expiação e prova, ou seja, o mal prevalece sobre o bem. Se fizermos alta-análise profunda, veremos quão materialistas e individualistas nós somos. Assim, somente uma tragédia pessoal ou mundial faz com que o ser humano pare e reflita que não está sozinho, que deve pensar no todo e não de forma egoística. A catástrofe de 11 de setembro serviu para que muitas coisas fossem colocadas à prova, entre elas, o conceito de que não existe um lugar sequer no mundo, atualmente, que esteja seguro de um ataque terrorista, por mais rico e poderoso que seja.
As catástrofes não acontecem por acaso, são formas pelas quais a espiritualidade deixa marcados em nossa mente fatos que gerem profundas reflexões civis e políticas. No momento em que o primeiro avião colidiu com o World Trade Center, dois cineastas franceses filmavam uma operação corriqueira de homens do corpo de bombeiro no conserto de um vazamento de gás vindo da rua e captaram o fato. Quando o segundo avião atingiu as torres, pude contar que o choque foi filmado em quatro ângulos diferentes. Seria apenas coincidência? Claro que não. As duas colisões ficaram gravadas para a eternidade nestas câmeras, imagens que, depois, foram transferidas para a nossa mente. Isso sem contar os diversos amadores que, naquele momento, possuíam uma filmadora ou máquina fotográfica e que também registraram a tragédia. Agora, por que o choque com o Pentágono não foi filmado? Porque não traria ao mundo o mesmo impacto gerado pelas torres gêmeas, que eram um símbolo do poder norte-americano, nas quais milhares de pessoas transitavam diariamente, em número muito superior ao das atingidas na sede máxima do exército dos Estados Unidos.
Quanto aos seqüestradores suicidas, eles devem responder por seus atos indignos. Provavelmente, reencarnarão com problemas seríssimos no organismo físico, em virtude dos males que causaram, isso se não forem transmigrados para outro planeta, inferior ao nosso, no qual a sintonia dos que ali habitam seja a mesma destes terroristas. Isso não quer dizer, porém, que seja uma regressão espiritual, pois terão todos os conhecimentos adquiridos em seu inconsciente, mas estarão em um lugar no qual sua harmonia é compatível com a dos demais.
Mas o leitor deve estar se perguntando: se tinha que acontecer essa catástrofe, por que os culpados devem ser punidos?. Bem, as tragédias não têm que acontecer, elas se realizam porque nós as provocamos, já que não cometeríamos atos indisciplinados caso tivéssemos uma evolução espiritual maior. Vários tipos de almas se encontram no planeta Terra e podemos dizer que as dos seqüestradores, pelo ato cometido, eram primitivas. A situação é tão perigosa que, no Mundo Espiritual, existem falanges do mal prontas para influenciar almas que pensam como eles, auxiliando-as nas estratégias destas tramas maléficas. Além disso, devemos lembrar do que Jesus disse: “é necessário que sucedem os escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo”.
Com relação às pessoas inocentes que morreram nessa tragédia de 11 de setembro, tratou-se de uma desencarnação coletiva. Aqueles indivíduos tinham que passar por uma expiação ou um resgate múltiplo, mas o fato não justifica a ação dos seqüestradores, pois estariam exercendo a função de instrumentos de Deus. Devemos ter a certeza de que a espiritualidade deu todo o suporte necessário a esses Espíritos nesse momento tão difícil e trágico pelo qual passaram. As nossas orações serviram e servem como um bálsamo; o ectoplasma que emana de nosso corpo físico através de nossos chacras, poros e orifícios é levado às vítimas pelas equipes de assistência extrafísica, auxiliando o ajuste vibracional destes corpos espirituais que desencarnaram.
Também pudemos presenciar Espíritos evoluídos e dedicados, como os bombeiros, que salvaram muitas vidas. Enquanto subiam as torres gêmeas a caminho da morte, eles guiavam as pessoas para o rumo certo, fazendo-as saírem com segurança daquele local. Os mais de 400 bombeiros que morreram na catástrofe são Espíritos que o Mundo Espiritual colocou no momento exato para o auxilio do bem e que cumpriram suas missões com determinação.
O mundo não é o mesmo depois desta tragédia. Não quero dizer, com isto, que todos mudaram seus conceitos da noite para o dia, pelo contrário. Muitos têm mais ódio ainda no coração, principalmente os norte-americanos, que sofreram diretamente essas desforras e as encaram como uma humilhação para a chamada “maior nação do planeta”. As mudanças são vistas de maneira gradativa, às vezes, muito lentas aos nossos olhos; mas, aos poucos, tomam forma de um processo para a paz. A caminhada é longa; porém, muito gratificante. Muitas conversas diplomáticas são realizadas, da mesma maneira que outros atentados são evidenciados, mas devem ter um tratamento especial daqui para frente, no qual não existe mais o forte e o fraco, mas a inteligência mútua. Todos dependem de todos nesta batalha contra o mal, desde o país mais pobre materialmente até o mais rico e “poderoso”.
O incentivo à democracia e à abertura do mercado no Oriente Médio é uma grande saída para todos, uma vez que devemos ter liberdade de expressão e não sermos submetidos a governos medievais e radicais. Devemos ajudar os povos árabes neste processo de democracia para que possamos viver em paz, sem tragédias, autoritarismo ou idéias impostas por nações hegemônicas como os Estados Unidos, que submetem países pobres a dificuldades ainda maiores. Ressaltemos também que esses extremistas que se dizem islâmicos são uma minoria, pois a grande maioria dos mulçumanos condena estes atos suicidas, considerando-os uma grande ofensa a Alá por atentarem contra o dom da vida.
Para concluir, deixo as palavras finais de Joanna de Angelis em Após a Tempestade...: “No amor e no conhecimento das leis de causa e efeito, haurirá o homem do porvir, desde hoje, a força moral e espiritual para a sua elevação e, conseqüentemente, para a instalação do primado da paz, que se alongará pelos tempos sem fim”.

Revista Cristã de Espiritismo, edição nº. 18, ano 2002. 



* Parte do artigo "Guerras e Terrorismo", de Marco Túlio Michalick. 
Artigo publicado no Portal Panorama Espírita - A sua enciclopédia espírita digital, em 08/12/2006. 

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