“O pensamento escolhe. A Ação realiza. O homem conduz o barco da vida com os remos do desejo e a vida conduz o homem ao porto que ele aspira a chegar. Eis porque, segundo as Leis que nos regem, a cada um será dado segundo suas próprias obras”.

(Emmanuel)

terça-feira, 8 de março de 2011

LIVRE-SE DA INGRATIDÃO

Uma jovem, achou na rua uma carteira e ao abri-la, verificou os documentos e descobriu a morada do possuidor do achado.
Como era honesta resolveu lá ir entregá-la. As pessoas da casa agradeceram, e ela ficou satisfeita por ter feito uma boa acção,
mas quando fecharam a porta ela ouviu os comentários:
-  “Se houvesse mais dinheiro ela não nos entregaria a carteira!”
 
A rapariga quando me encontrou soluçava, contou-me o que lhe tinha acontecido e nas suas lamentações confessou:
- que precisava tanto de dinheiro, que por ser honesta resolveu entregar a carteira ao dono, e que ainda por cima ouviu semelhante
crítica.
Ela repetia: - “Como há pessoas ingratas, como é possível haver tanta maldade?!...
 
Lembro-me de uma cliente que me consultava todos os anos, que me repetia a mesma lengalenga da ingratidão da sua irmã,
que tanto a prejudicou e à mãe, ambas já tinham morrido há muito tempo, mas ela continuava com a mesma ladainha, como se
tudo aquilo tivesse acontecido naquele momento, como ambas ainda fossem vivas.
 
Muitas pessoas, vivem ressentidas pela ingratidão, lamentam-se de tudo aquilo que receberam em troca:
- o que fizeram pelos amigos;
- o que fizeram pelos irmãos;
- o que fizeram pelos pais... pelos filhos e que só receberam mau pago, injustiças e calúnias.
 
Lembrai-vos que o Mestre curou num dia, dez leprosos, e sabe quantos lhe agradeceram? Apenas um, que se prostrou a
seus pés em agradecimento. “Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?” Perguntou o Mestre aos discípulos. Ora, se até o
próprio Cristo conheceu a ingratidão, por que deveremos esperar sempre pela gratificação?
Devemos aceitar tal como ela é a natureza do ser humano e não como desejaríamos que fosse. Se nada esperarmos dos outros
e formos contemplados por gratidão, será uma deliciosa surpresa.
 
Os sentimentos ensinam-se e aprendem-se desde a infância.
Se os pais são ingratos os filhos poderão aprender com eles, se eles exigem demasiado dos outros os filhos poderão esperar o mesmo.
Quando os pais não dão o devido valor, às pequenas dádivas e fazem os seus comentários pejorativos:
- “Ela não esteve para gastar muito dinheiro, comprou isto na loja dos chineses”. Os filhos imitam-nos e tornam-se exigentes e egoístas.
 
Algumas dicas para se tornar imune à ingratidão:
1) Quando dar nunca espere por gratificação, dessa maneira nunca ficará decepcionado.
2) Há vantagem de darmos a quem não nos possa retribuir, dessa maneira não poderemos
esperar por recompensas materiais.
3) Se ficarmos gratos só pela amizade, não necessitaremos de retribuições.
 
Exercício para eliminar a angústia da ingratidão:
Visualize uma cena em que houve a ingratidão, ou a pessoa que lhe foi ingrata.
Dê relevo e brilho a essa imagem, agora escureça a imagem, reduza-a a uma pequenez insignificante, até que desapareça.
 
Como disse Paulo de Tarso:
-  “Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele”. Por isso, o mundo não nos deve nada!
Paulo de Tarso também disse:
- “Não seja blasfemado o vosso bem”.
Devemos ser gratos pelo pouco que nos resta; mesmo pelas coisas mais simples que nos aconteçam.
Agradeça por tudo aquilo que lhe acontece de bom; a única maneira de encontrar a felicidade é não esperar gratidão, mas dar pela
satisfação de dar.

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